O que é a epicondilite medial?
A epicondilite medial, também conhecida como cotovelo de golfista, é caracterizada por um processo inflamatório e degenerativo na origem dos tendões flexores do antebraço. Esses tendões são responsáveis pela flexão do punho e dos dedos.
A epicondilite medial ocorre em aproximadamente 0,5% da população geral em idade produtiva, sendo mais prevalente na faixa etária de 45 a 55 anos. A maioria dos pacientes (75%) apresenta sintomas no membro superior dominante. A epicondilite lateral é cerca de 7 a 10 vezes mais comum que a medial.
O que causa a epicondilite medial?
A causa principal da epicondilite medial é a sobrecarga repetitiva dos músculos flexores do antebraço. Diversos esportes e atividades podem gerar essa sobrecarga, como golfe, tênis e musculação. Um evento traumático único também pode desencadear a condição. Atividades laborais que envolvem movimentação repetitiva dos flexores também estão associadas à epicondilite medial.
Quais os sintomas e como é feito o diagnóstico da epicondilite medial?
A epicondilite medial causa dor na parte medial (interna) do cotovelo, que pode irradiar para o antebraço. A dor é mais intensa próxima ao osso medial do cotovelo (epicôndilo medial).
A neuropatia do nervo ulnar no cotovelo pode estar associada à epicondilite medial. Essa neuropatia, conhecida como síndrome do túnel cubital, causa parestesia (formigamento) nos 4° e 5° dedos da mão e, em casos graves, pode levar à perda de força.
Em alguns casos, a epicondilite medial pode estar associada à instabilidade medial do cotovelo, frequentemente observada em praticantes de esportes de arremesso que realizam movimentos repetitivos em valgo, causando lesões nos ligamentos mediais do cotovelo.
Exames de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética, são necessários apenas nos casos que não respondem ao tratamento inicial ou quando há dúvida quanto ao diagnóstico.
Qual é o tratamento da epicondilite medial?
O tratamento da epicondilite medial é predominantemente não operatório e deve ser ajustado às atividades de cada paciente. O tratamento baseia-se no controle da dor, reabilitação da musculatura acometida e prevenção, com uma taxa de sucesso de 88 a 96%.
Para o controle da dor, podem ser indicadas medicações anti-inflamatórias orais e tópicas, órteses e imobilizações, além de terapias como fisioterapia e acupuntura. Infiltrações podem ser indicadas se outras medidas não forem eficazes, mas apresentam alguns riscos e não são realizadas de rotina. A reabilitação inclui alongamento da musculatura flexora e fortalecimento, especialmente com ativação da musculatura antagonista.
Como é a prevenção da epicondilite medial?
Após a recuperação da fase aguda, a prevenção deve ser realizada para evitar novas crises. Alongamentos e fortalecimento devem ser realizados regularmente. Ajustes no ambiente de trabalho são importantes para evitar flexão repetitiva do punho e dedos.
O treino do gesto esportivo, especialmente no tênis ou golfe, deve ser ajustado para evitar flexão forçada do punho, reduzindo a sobrecarga muscular.
Como é o tratamento cirúrgico da epicondilite medial?
A cirurgia é raramente necessária, pois as medidas de reabilitação geralmente resolvem o quadro doloroso. Em casos persistentes, a cirurgia pode ser indicada.
Existem várias técnicas cirúrgicas baseadas na remoção dos tecidos doentes. Se houver neuropatia do nervo ulnar, a descompressão do túnel cubital pode ser realizada. O nervo pode ser transposto para uma região anterior, acima ou abaixo dos músculos do antebraço.