As lesões distais do bíceps são diferentes das lesões proximais e apresentam maior risco de perda de força e dor.

O músculo bíceps tem origem no ombro em dois locais separados, com dois tendões que se unem no braço e formam um tendão único que se insere no cotovelo (bíceps distal).

As lesões na região distal são mais raras, porém mais graves, pois, em geral, são completas e causam a perda da função muscular.

Ocorrem mais frequentemente em pacientes entre 30 e 50 anos, que realizam uma força súbita excêntrica com o antebraço em supinação (palma da mão para cima).

O paciente sente uma dor súbita e pode apresentar uma deformidade na parte da frente do braço. Em geral, apresenta diminuição para realizar a flexão e a supinação do antebraço. De acordo com alguns estudos, a perda de força de supinação pode ser de 70% e a de flexão do cotovelo de 30%. A dor pode regredir em pouco tempo, mas a perda de força costuma permanecer.

As lesões completas são frequentemente tratadas com cirurgia para a reinserção do tendão. Diversos estudos já demonstraram os benefícios da cirurgia precoce para a restauração da força e diminuição da dor. O tratamento não cirúrgico, em geral, é recomendado para os pacientes sedentários e/ou idosos, mas sempre alertando para o risco de deformidade residual e dor tardia. A cirurgia de casos crônicos é mais complexa e pode necessitar de enxertos de tendão, com resultados inferiores aos tratados precocemente. Por isso, na presença de uma lesão distal do bíceps, quanto antes for o tratamento, melhores serão os resultados.

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