A articulação esternoclavicular permite a movimentação entre a clavícula e o tronco, através do osso esterno. É uma articulação pequena, com pouca estabilidade óssea, e depende muito dos ligamentos para permanecer estável.

Luxações da esternoclavicular são raras, inferior a 3% das luxações da cintura escapular. A maioria é causada por acidentes de motocicleta ou automóveis.

As lesões dessa articulação podem ter diferentes direções, tempo de evolução, gravidade, e estarem associadas a outras lesões, como fraturas da clavícula, luxação acromioclavicular ou lesão entre a escápula e o tórax (dissociação escápulo-torácica).

Também podem estar associadas a lesões neurológicas, torácicas e vasculares, devido à proximidade com estruturas torácicas.

Exames como a tomografia computadorizada podem auxiliar no diagnóstico e na decisão sobre o tratamento.

Também auxiliam a diferenciar a luxação esternoclavicular de fraturas da clavícula medial e das lesões da cartilagem de crescimento.

O tratamento depende da gravidade, direção e tempo de evolução. Nas luxações completas, o tratamento ideal é a redução da luxação, colocando a articulação no seu local adequado. As luxações posteriores apresentam maior risco de lesões neurovasculares, mas após a redução tendem a permanecer estáveis, sem recidivas. As luxações anteriores têm menor risco, mas apresentam maior chance de recidiva (novas luxações ou instabilidade). Luxações inveteradas (ou crônicas) podem ser tratadas de maneira conservadora se apresentarem poucos sintomas.

O tratamento da luxação na fase aguda (< 2 semanas) é realizado através da redução. Essa redução pode ser realizada de modo fechado, ou seja, sem incisões cirúrgicas. Mas, eventualmente, pode ser necessária a redução aberta (com incisões), devido à interposição de tecidos moles ao redor da articulação. O risco de redução cirúrgica é alto e a opção pelo tratamento conservador pode ser justificada pela baixa incidência de sintomas, principalmente nos casos de luxação anterior.

Para os casos de instabilidade, ou seja, que frequentemente luxam e que permanecem sintomáticos ou para aqueles de luxação inveterada sintomática, o tratamento cirúrgico para reconstrução ligamentar com enxerto pode ser necessário.

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