Dr. Lucas Busnardo Ramadan

Luxação acromioclavicular

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Luxação acromioclavicular

O que é e como ocorre a luxação acromioclavicular (LAC)?

A articulação acromioclavicular está localizada na parte superior do ombro, na extremidade mais lateral da clavícula. Esta articulação é crucial, pois a clavícula é a única conexão óssea entre o ombro e o tronco. A articulação é sustentada por dois grupos de ligamentos: os ligamentos acromioclaviculares (entre a clavícula e o acrômio) e os ligamentos coracoclaviculares (entre a clavícula e uma proeminência da escápula chamada coracoide).

A luxação acromioclavicular ocorre geralmente por um trauma direto na parte de trás do ombro (escápula), comumente devido a uma queda. Os ligamentos acromioclaviculares, sendo os mais superficiais, são os primeiros a serem lesados. Dependendo da força do trauma, os ligamentos coracoclaviculares também podem ser lesados, resultando em luxações mais graves.

Quais os sintomas e como é feito o diagnóstico da luxação acromioclavicular?

Após o trauma, os sintomas incluem dor e edema (inchaço) na articulação acromioclavicular, que pode ser facilmente palpada como um degrau na parte mais lateral da clavícula. Nos casos mais graves, a clavícula pode ficar saliente para cima, dando origem ao “sinal do cabide”.

O diagnóstico é feito através de uma radiografia em posição especial (chamada de zanca), que compara os dois ombros para determinar o grau da luxação. Raramente, uma ressonância magnética ou tomografia computadorizada é necessária.

Quais os diferentes tipos de luxação acromioclavicular e qual é a escolha do tratamento para cada tipo?

Existem seis tipos diferentes de luxação acromioclavicular:

  • Tipo 1 e Tipo 2: São as luxações mais simples e são tratadas de modo conservador (não operatório). Nesses casos, há pouca ou nenhuma deformidade estética. Raramente evoluem com dor crônica, mas o tratamento cirúrgico tardio é possível se necessário.
  • Tipo 3: Caracteriza-se por uma luxação da clavícula entre 25% a 100% em relação ao lado normal. O tratamento deste tipo é controverso entre os médicos. A tendência mundial é tratar sem cirurgia, embora alguns casos possam ser diagnosticados incorretamente como tipo 3, o que dificulta a escolha do tratamento e os resultados finais.
  • Tipo 4, Tipo 5 e Tipo 6: São luxações mais graves e sempre requerem tratamento cirúrgico.

Como é o tratamento cirúrgico da luxação acromioclavicular?

Existem diversas técnicas cirúrgicas para tratar essas lesões. Para lesões com menos de três semanas, é realizada a fixação entre a clavícula e a escápula, que pode ser feita com fios de sutura resistentes através de técnica aberta ou com dispositivos especiais por via artroscópica.

Para casos com mais de três a quatro semanas, é necessário o uso de algum reforço biológico. Este reforço pode ser de um ligamento do próprio ombro (cirurgia de Weaver-Dunn), de um tendão do joelho do paciente (semelhante às cirurgias de reconstrução do ligamento cruzado do joelho) ou até mesmo de um banco de tecido.

Quais são as principais complicações da luxação acromioclavicular?

As complicações da luxação acromioclavicular incluem:

  • Dor local: Dificulta as atividades físicas ou esportivas com o ombro.
  • Diminuição da força: Afeta o ombro e os músculos da escápula.
  • Discinesia da escápula: Alteração nos movimentos da escápula, podendo causar dor nos músculos paraescapulares ou cervicais.

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