Dr. Lucas Busnardo Ramadan

Rigidez do cotovelo

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Rigidez do cotovelo

Porque o cotovelo pode ficar com limitação dos movimentos e quais as principais causas?

O cotovelo é uma das articulações com maior propensão à rigidez ou à limitação dos movimentos. As principais causas da rigidez do cotovelo incluem:

  • Fraturas ou luxações do cotovelo
  • Imobilização prolongada
  • Artrose (degeneração da cartilagem)
  • Artrose secundária (artrite reumatoide)

Cerca de 12% das lesões traumáticas do cotovelo podem evoluir com limitação dos movimentos, mesmo com o tratamento adequado.

Como as fraturas afetam o cotovelo?

As fraturas da região do cotovelo podem acometer diferentes ossos e articulações, como a extremidade distal do úmero, a cabeça do rádio e o olécrano ou ulna proximal. Essas fraturas podem desviar os ossos de sua posição original, aumentando o risco de incongruência e artrose (desgaste da cartilagem). Traumas leves podem resultar em fraturas ocultas ou lesões da cartilagem (lesões osteocondrais), e pequenos fragmentos de osso ou cartilagem podem se soltar e permanecer na articulação como corpos livres.

Após uma fratura ou luxação, pode haver lesão dos tecidos moles ao redor da articulação, incluindo a cápsula articular, ligamentos e músculos, resultando em fibrose (tecido de baixa elasticidade).

Tipos de rigidez do cotovelo

A rigidez pode ser causada pelo desvio dos fragmentos ósseos, lesões osteocondrais e artrose (rigidez intrínseca) ou pela fibrose dos tecidos moles (rigidez extrínseca), sendo frequentemente causada por uma combinação de fatores.

Quais os tipos de limitações do cotovelo?

O cotovelo normal tem uma amplitude de movimento de 150°, com extensão (esticar) normal de 0° e flexão (dobrar) de 150°, variando entre os indivíduos. Além do movimento de extensão/flexão, o cotovelo também pode perder os movimentos de rotação do antebraço (pronação/supinação), sendo o normal de 80°.

A limitação dos movimentos é variável e nem todos os casos necessitam de tratamento. Movimentos de 30° a 130° de extensão e flexão e de 50° de pronação e supinação podem ser considerados funcionais para as atividades diárias, mas a definição do que é funcional depende da atividade e da expectativa de cada paciente.

A limitação mais comum é a perda da extensão, dificultando esticar o cotovelo, causada por contratura da cápsula articular anterior. Os movimentos de rotação do antebraço são limitados principalmente por alterações na cabeça do rádio ou por sequelas de fraturas do antebraço.

Como é o tratamento da rigidez do cotovelo?

O tratamento da rigidez do cotovelo deve ser individualizado e pode trazer resultados satisfatórios, mesmo nos casos mais tardios. Diversas variáveis influenciam a decisão sobre o tipo de tratamento: atividade e expectativas do paciente, tempo de limitação, grau de perda do movimento, condição da cartilagem e do osso.

Prevenção

A movimentação precoce do cotovelo é o melhor método para prevenir a rigidez após uma fratura, embora nem todas as fraturas possam ser mobilizadas precocemente. A imobilização prolongada do cotovelo, como o uso de tipoia ou gesso, pode gerar rigidez, sendo importante realizar movimentos do cotovelo, desde que liberados pelo médico.

Alongamentos

Alongamentos são a base do tratamento da rigidez do cotovelo. Alongamentos leves e padronizados, realizados várias vezes ao dia, são mais eficazes e menos dolorosos do que a manipulação forçada. Alongamentos com contração ativa dos músculos antagônicos também são eficazes. Técnicas de terapia manual podem auxiliar no ganho de amplitude.

Órteses

Órteses auxiliam no alongamento de partes moles e podem ser estáticas (não permitem movimento) ou dinâmicas (permitem movimento). Estudos demonstram a eficácia das órteses termoplásticas, com ganho médio de 40° de amplitude de movimento do cotovelo.

CPM (Continuous Passive Motion)

A CPM permite a movimentação lenta e progressiva do cotovelo através de uma máquina, utilizada principalmente após liberações cirúrgicas. Realiza diversos ciclos de movimentação ao dia para diminuir o risco de fibrose e novas contraturas.

Quando os alongamentos não devem ser iniciados?

Deformidades ósseas e articulares podem contribuir para a rigidez. Exames como a tomografia computadorizada ajudam a definir o papel das deformidades na rigidez. Deformidades importantes devem ser corrigidas antes da tentativa de ganho de movimento.

Quais são as opções de cirurgias para o tratamento das limitações de movimento do cotovelo?

O tratamento cirúrgico é indicado quando há falha do tratamento conservador adequado por um mínimo de 4 meses, ou nos casos de deformidade óssea ou articular e artrose avançada.

Artroscopia

A artroscopia permite a liberação das contraturas de partes moles através de uma cirurgia menos invasiva, mas tem resultados limitados em casos graves ou com artrose ou deformidades articulares.

Liberação aberta

A liberação do cotovelo de modo aberto é uma cirurgia complexa, mas eficaz para o ganho de movimento. A reabilitação pós-operatória deve ser intensiva para diminuir o risco de recidiva da rigidez.

Artroplastia de interposição

Reservada para casos de rigidez associada à perda de cartilagem, principalmente em indivíduos jovens e ativos. Um tecido é utilizado para revestir a cartilagem degenerada, criando uma superfície deslizante que diminui o risco de recidiva de rigidez e dor. É uma técnica complexa, mas pode trazer resultados satisfatórios em 70% dos casos.

Artroplastia (prótese)

A artroplastia é a substituição da cartilagem por um implante metálico. Pode ser realizada apenas na cabeça do rádio (procedimento menos complexo) ou no úmero e na ulna (artroplastia total do cotovelo). Indicada em pacientes com baixa demanda e grave artrose ou deformidade articular.

Dr. Lucas Busnardo Ramadan

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